domingo, 30 de maio de 2010

CORDEL - PROFESSORA SÍRLIA - REDE MUNICIPAL DE NATAL









Professora Sília

LÍNGUA NÃO ERRA

Sírlia Sousa de Lima
Eu li um livro

Que me chamou atenção

Vi que tem muitos autores

Andando na contramão

Ao invés de contribuir

Só confunde o cidadão



Professores sempre foram

Para os alunos um espelho

Mas se ERRAM a palavra

Logo grifam de vermelho

Estacionam os estudos

E não pedem nem conselho



Bagno nos pôs a pensar

Também nos fez refletir

Qual será a causa

Para o ERRO existir

Ou será que não existe?

Mas devemos insistir


Insistir em manter

Essa importante discussão

Já que o ERRO é difundido

Dentro da educação

Tem podado os alunos

Limitado a criação


Acreditando em autores

Do tempo da inquisição

Não reflete o que lê

Acata sem discussão

Disseminando males

E causando confusão



Fazem-nos acreditar

Que o ERRO de fato existe

Constrangendo as pessoas

As deixando muito triste

Perpetuando essa idéia

Que com o tempo persiste



Pelas letras ter errado

Ela grafou a palavra

Conforme pronunciado

Isso não consiste em ERRO

A ciência tem provado



A linguagem humana

É socialmente construída

Pela sua vivencia

Sua história de vida

É por isso que a linguagem

Não deve ser reprimida



Quem não sabe se expressar

Nesse país morre a míngua

Vive sempre desprezado

Excomungado da língua

Preconceito enraizado

De uma época longínqua



O preconceito lingüístico

É algo que me intriga

Pois nos comunicamos

Mesmo dentro da barriga

Em defesa da Língua

Eu vou comprar essa briga



Esse pensamento

Já está ultrapassado

Pois não pode ser gente

Só o sujeito letrado

Tem gente inteligente

Trabalhando em roçado



Nem precisa de palavra

Para haver comunicação

Basta apenas um gesto

Já se tem compreensão

Faz-se uso de sinais

E Também da emoção



Tem gente traumatizada

Pelo medo de errar

Por causa desse temor

Reprova em vestibular

Mesmo sendo inteligente

Sente medo de arriscar



A Língua portuguesa

É uma língua complexa

Mas se prende a ortografia

Isso me deixa perplexa

Desperdiça a riqueza

E arbitrariedade anexa




Lembre-se que o professor

É formador de opinião

Pra conquistar o respeito

Não cometa aberração

De persistir no ERRO

Sem motivo, sem razão



O livro do qual falei

É o Preconceito lingüístico

Um parceiro agradável

Um apoio logístico

Uma abordagem tão rica

Não tem teor místico



É feito de verdades

E não de enganação

Esclarece a todos

Do jovem ao ancião

Pra resgatar a estima

Tirá-los da exclusão



Como disse Bagno

Abandone o preconceito

A língua é como a vida

Para tudo se acha um jeito

Basta ter vontade

E muito amor no seu peito